A situação política em Baraúna revela a fragilidade das palavras quando se está fora do poder e a necessária prudência na tomada das posições. Após a desastrosa administração "laranja" da prefeita liminar que não deixou a mínima saudade em ninguém e a sua total ausência de credibilidade, o grupo articulador da situação encontrou uma nova fórmula para continuar sugando os parcos recursos públicos que ainda pingam nas contas da prefeitura: a substituição da prefeita "Porcina" (a que foi sem nunca ter sido) por um "boi de piranha".
Nessa briga para continuar mamando nas tetas da combalida prefeitura, a estratégia seria inicialmente entronizar o presidente da câmara Deivid Simão no lugar da "madrastra", mas como peixe morre pela
boca, seu irmão bradou antecipadamente uma provável independência e autonomia. Não deu outra: foi deixado em terceiro plano e se partiu para o plano B, ou seja, cooptar o vice-prefeito que esbravejava opiniões opositoras. Mas como dinheiro e peia só não resolve se for pouco, o cala-te boca funcionou, arrotou tudo que disse e adotou as cordinhas das marionetes. Como dizia o antigo ministro Jarbas Passarinho "as favas com os escrúpulos". Com um estado caótico na administração (nada que já não fosse previsto) composto por inadimplência financeira, comissionados e terceirizados com meses de atraso, o funcionalismo atrasado, o "boi de piranha" terá que arcar com todas as cobranças possíveis e impossíveis dos fornecedores e do funcionalismo. Além do mais terá que continuar "regando" o jardim em Brasília se quiser continuar sentado na cadeira, mesmo que provisoriamente.
Naturalmente que uma parte da oposição percebeu essa "arapuca" e não mordeu a isca, embora tivesse cenas teatrais com direito a histerismo e choro. Mas as "lagrimas de crocodilo" não convenceram os mais experientes que pressentiram a cilada. A resposta foi não. Por outro lado, outra parte da oposição desejava na verdade que parte dessa oposição entrasse na mesma panela, mas ficou somente na vontade. Com uma rejeição de 94% da situação qualquer candidato da oposição leva as próximas eleições tranquilamente sem muito esforço, devido a revolta da população. E quem não quer pegar essa carona.
Com tamanho "abacaxi" nas mãos, o prefeito interino terá que mostrar que pode fazer alguma coisa, embora todos saibam quem manda realmente. Sem autonomia e com os mesmos auxiliares nada se pode esperar, a não ser algumas mudanças pontuais e chega. Sai "laranja" e entra "laranja" e tudo continua como dantes no quartel de Abrantes.
Tá tudo mudando - Ze Ramalho interpretando Bob Dylan
